NOSSA DEFESA

Um balão em defesa da Liberdade

Artigo no Alerta Total – www.alertatotal.net

Por Humberto Pinto


Não é difícil identificar os mentores, autores e co-autores das ações que perseguem o balão – balão junino – e os baloeiros, seus artífices, no Brasil.

O próprio art. 42 da Lei 9.605, de 12 de fevereiro de 1998, falso e injusto, foi gestado no período de ascensão desses personagens nos governos civis, após a ECO92, movimento internacional de inspiração socialista.

O fogo, que é fenômeno próprio da natureza, foi o pretexto, mas, na verdade o fator preponderante é o potencial virtuoso do balão junino, pertencente ao folclore das Festas Juninas, de reunir pessoas, de propiciar a confraternização das famílias, de inspirar a coesão social e espargir alegria, tudo prejudicial a esses ditadores, contumazes pretendentes do poder.

O processo de intimidação perpetrado pela campanha insidiosa vem se agravando desde 1998. A mentira cuidadosamente elaborada... A superestimação do fato é a ordem, quando se trata de balão... E ai daqueles que se oponham.

O sensacionalismo explícito televisivo: “explosão do paiol de munições da Marinha” na Ilha do Governador, em julho de 1995; “incêndio na comunidade do Rio das Pedras” em Jacarepaguá, em agosto de 2006; “incêndio na caixotaria do CEASA” no Irajá, em agosto de 2006; “balão que entrou no apartamento da mulher em Copacabana”, em junho de 2008; “incêndio no Morro dos Cabritos”, vulcão em Copacabana, em junho de 2010; “incêndio no Morro dos Macacos” no Andaraí, em julho de 2010.

Estes são acontecimentos no Rio de Janeiro, com repercussão orquestrada, em que o balão foi usado como bode expiatório e o baloeiro exposto e execrado perante a sociedade. E, mais o abuso da linguagem do jornalismo escrito, falado e televisivo, com a clara intenção de impressionar o público e gerar o sentimento de revolta contra os escolhidos e apontados de vilãos: a chamada culpa difusa.

Essa é a metodologia escolhida para denegrir a arte do balão – balão junino e violentar os baloeiros. O novo lobo sabe que a mente é o lugar onde estão alojados todos os espigões de proteção da vida e da liberdade.
Uma dádiva de DEUS!

O novo lobo sabe também que embotar a mente é o passo final para transformar o homem que pensa em homem-massa, e que para a tomada do poder é imprescindível as legiões de homens-massa, desprovidos da sensibilidade, do gosto e da energia e, sim, predispostos ao domínio do partido único, igualitário, capaz de atender toda necessidade humana.

Embotar, no Dicionário Michaelis: em.bo.tar = (em2+boto+ar2) vtd 1 Engrossar, tirar o corte, o fio ou gume a: Embotar uma faca. vpr 2 Perder o fio ou gume, tornar-se rombo: Logo ao primeiro gol­pe, embotou-se-lhe o fio. Nesse tronco se embotaram vários machados. vtd 3 Fazer perder a sensibilidade, o gosto, a energia. vtd e vpr 4 Enfraquecer(-se), entibiar(-se). vpr 5 Afrouxar-se a força dos sentidos ou da sensibilidade. vtd 6 Tornar boto pela ação de algum ácido ou outra substância semelhante.

Assim, o que se percebe no cotidiano são as escaramuças provocadas por essa engrenagem vermelha ativada pelos agentes deletérios alocados nos mais variados meios de comunicação social para disseminarem o vírus do desregramento individual e social. Nos ataques os vícios são propagados e as virtudes ocultadas.

Alguns comunicadores, inocentes úteis, com a retórica do modernismo e as meias verdades, compactuam com o discurso em desrespeito às tradições, a arte, o folclore e a cultura do nosso povo.

Mas, “Nem tudo que reluz é ouro” e o balão – balão junino - é um baluarte da liberdade, que transcende o físico, cuja prática está garantida pelo Art. 5°. da Constituição Brasileira:
IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato;
IX - é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença; e,

Uma advertência!

Art. 216, § 4º - Os danos e ameaças ao patrimônio cultural serão punidos, na forma da lei.

Humberto Pinto é Coronel da Reserva da Polícia Militar do Rio de Janeiro.